segunda-feira, 6 de abril de 2009

Santos e diabos da cerveja

GOD SENT BEER, THE DEVIL SENDS MORE BEER (Deus mandou a cerveja, o Diabo manda mais - provérbio dos pubs ingleses)

Jesus deu início aos seus milagres transformando a água em vinho, e nao podia ser diferente num ambiente mediterrâneo.Difícil imaginar Jesus fornecendo cerveja aos convidados de um casamento na Galiléia. O vinho tem uma presença simbólica e ritual bastante importante na Igreja Católica e tem como principaissantos protetores Sao Vicente e Sao Amand. Contudo, nos países do Norte da Europa, onde é impossível cultivar a vinha e produzir vinho, esse constituía no passado uma preciosidade importada com certa dificuldade, reservada para a missa (e para a mesa dos ricos e poderosos), enquanto a cerveja era a bebida cotidiana para todos e de produçao fácil e barata.

Talvez seja por isso que há muitos santos católicos com alguma relaçao à cerveja. Há tantos santos considerados padroeiros da cerveja quanto países cervejeiros, e até mais; e nem sempre a conexao com a cerveja é muito clara. Entre eles, há até personagens de grande importância na historia da Igreja: Sao Lucas, um dos Evangelistas; Sao Agostinho de Hyppo (353-430), um dos Padres da Igreja e autor das Confessoes (na juventude ele fora um grande bebedor); e Sao Nicolas de Myra (que nos países anglo-saxoes se tornou popular ao ponto de transformarse no personagem de Santa Claus, isto é, Papai Noel).



Durante os primeiros séculos do cristianismo nao havia um verdadeiro processo de canonizaçao, mas era a devoçao popular que transformava bispos, monges, mártires, virgens, eremitas e fazedores de milagres em objetos de culto e devoçao, muitas vezes só local e rs vezes universal. Esse processo aconteceu também com muitos abades e superioras de conventos e mosteiros.

A regra de Sao Benedito (480-547), por exemplo, pregava normas de comportamento muito rígidas para os monges da ordem: havia uma só refeiçao por dia. Por outro lado permitia-se que os monges consumissem 5 litros de cerveja por dia. Nos freqüentes jejuns, qualquer comida era proibida, mas a cerveja era permitida. Ela, portanto, representava uma forma importante de sustentaçao no meio das privaçoes e era tratada como "pão líquido", quase imprescindível.

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