quinta-feira, 11 de setembro de 2014

O Pork é Pop II: Barriga de Porco na Pressão com breja Ale

Vício, luxúria, gula, tentação?  Não saberia dizer quais desses sentimentos ou pecados ou seja lá que nome se dá a isso. O fato é que estou viciada, mesmo, em barriga de porco. Depois daquela primeira tímida barriga, tantas outras já passaram pelo meu garfo e pela a mesa de muitos amigos. Sempre ao forno, horas e horas pururucando a pele adocicada, exibindo minha maestria em dominar o porquinho.

Dessa vez, tive que abrir mão do forno se eu quisesse continuar no top chart da cozinha suína. O combinado era comermos arepas ( a receita vai no outro post) recheadas de barriga de porco, então fui atrás de algumas técnicas em panela de pressão, uma variedade gigante de opções, mas especialmente barriga ao estilo chinês ou japonês, a famosa Buta no Kakuni me surgiram. Garimpei os procedimentos que mais me interessavam e fui `a luta.
A panela de pressão é uma coisa mágica que eu não tenho em casa mas preciso de uma ( FICA A DICA, TSA), sabendo criar uma combinação de sabores, ela transforma todo o liquido em caldo e toda carne em amor.  O nosso porco na pressão foi um estudo, eu diria, de sabores graves e intensos, produzindo um caldo grosso, escuro e muito saboroso.
Para tanto, compre 1 kilo de barriga com pele, lave com carinho para não desmanchar as camadas de gordura e corte em pedaços grandes mesmo, to tamanho de uma maçã da mônica. Vamos selar a carne na própria panela de pressão, começando pelo lado da pele e terminando pelo lado da carne. É SELAR e não COZINHAR, então atente ao tempo, ele deve ficar bege claro por fora. Isso é importante para preservarmos os sucos da carne. Tudo certo? Separe a barriga selada em um bowl.
Na mesma panela  de pressão vamos suar uma cebola inteira e meio pimentão vermelho cortados em cubos pequenos e 3 estrelas de anis. Quando os vegetais estiverem macios e o aroma do anis já pungente colocaremos de volta os pedaços da barriga de porco com a pele para baixo, por cima da carne vamos colocar: 300ml de cerveja ALE ou RED ALE,  suco de 2 laranjas e 2 colheres de sopa de açúcar mascavo, sal para equilibrar.  Mexa um pouco tudo dentro para que os ingredientes se misturem, vede a panela e deixe em fogo alto por 45 minutos.
A cerveja ale o mascavo e a laranja transformam o suco final num caldo grosso e agridoce e o pimentão, traz a pungência da terra  e a coloração terracota ao prato. Simplesmente luxo.
Ao final do tempo, todo cuidado é pouco, abra sua panela e verifique se a carne está soltando e o molho está grosso, tudo certo? Sirva como o seu coração mandar. Ótimo dentro da arepa e espetacular fora dela.


http://comomelocomo.com.br/blog/2012/06/22/o-pork-e-pop-ii-barriga-de-porco-na-pressao-com-breja-ale/

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Boas dicas sobre envelhecimento de cerveja

A escritora norte-americana e fã de cervejas artesanais, Lucy Burningham, preparou algumas informações e dicas para você que está interessado neste assunto.
Todas as cervejas evoluem com o passar do tempo? Não. Somente algumas cervejas. Cervejas dos padrões comuns, e também as IPAs, você nao vai provar nada melhor daqui a um ano mantendo elas na geladeira. Na verdade, você deve ir beber o quanto antes, se possível ainda hoje, porque elas estão perdendo sabores e aromas a cada minuto. A maioria das cervejas no mercado se enquadram nesta categoria. Elas são mais frescas.
Por outro lado, as cervejas que envelhecem bem, mudam para melhor durante os meses, e até anos, depois de terem sido engarrafadas. Elas desenvolvem novas características. Às vezes, elas tornam-se mais ricas e complexas, podendo florescer novas camadas de frutas ou acidez.
Tudo vai depender da cerveja
Matt Brynildson, mestre cervejeiro da cervejaria norte-americana Firestone Walker de Paso Robles, CA, recomenda a "guarda" para duas categorias de cervejas: Cervejas "selvagens", que inclui lambics, gueuzes, saisons e outras cervejas que usam outros organismos que leveduras para produzir sabores e "cervejas fortes ", com alto teor alcoólico, tais como barleywines, imperial stouts e strong ales.
Em cervejas selvagens, os organismos vivos mudam a cerveja à medida que envelhece na garrafa.
Para a maior parte das cervejas, o oxigênio é ruim depois de ter sido engarrafado. A cerveja mais o oxigênio podem resultar em notas de uva passa, ameixa seca, papel, molho de soja, e xerez, especialmente nas cervejas fortes, que geralmente têm leveduras menos duradouras. Então, quem quer oxidar cerveja? Muita gente, na verdade, especialmente aqueles que adegam cervejas. Imperial Stout, Barleywines com notas de uva passa e ameixa seca podem se tornar mais interessantes e maravilhosas. Mas também eles podem até mesmo valer a pena arriscar mais sabores desagradáveis.
Se você está interessado em vivenciar isso, aqui estão as nossas dicas para começar uma adega de cerveja em casa:
Encontrar o ponto certo - Quanto mais escuro, melhor. Evite variações de temperatura e se possível mantenha sempre abaixo dos 12ºC. Como o Brasil é um país tropical, recomendamos o uso de uma geladeira. Armazene as garrafas na posição vertical. Cerveja não é vinho, a maioria das cervejas são tapados com uma tampa metálica, que tem um revestimento de plástico que protege a cerveja a partir do metal. Se você armazenar uma cerveja de lado, a cerveja vai "comer fora" e isso fará com que a cerveja envelheça mal.
Beba as cervejas no seu auge, isto, meus amigos, é a parte mais difícil. O envelhecimento de cervejas é uma ciência deliciosamente inexata, e perfeição é uma coisa subjetiva. É difícil saber quando abrir uma cerveja guardada. Se abrir muito cedo, corre o risco de não provar sabores e aromas que poderiam ter se transformado em algo espetacular. Se abrir tarde demais, você saberá sempre como ela poderia ter sido. Busque sempre a busca e a troca de informações na internet, amigos e também consultando os fabricantes das cervejas de guarda, eles podem ajudar muito.
- Tenha sempre organizado: Não deixe o desafio de fazer uma planilha organizando todas as cervejas com as datas, é sempre uma boa idéia saber o que você tem. Apesar do programa CellarHQ ser em inglês, ele pode ajudá-lo a fazer exatamente isso online.
Tome notas, também. Com o tempo você não lembrará por exemplo se gostou mais da Double Perigosa com 2 anos ou 5 anos.
Compre mais cerveja : Especificamente, mais garrafas da mesma cerveja. Em um mundo perfeito, você pode querer beber uma garrafa da mesma variedade de guarda a cada 6 meses, ou a cada dia específico do ano pelos próximos 5 anos etc.

By PH 

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Rotas da cerveja: bebida inspira roteiros turísticos tão variados quanto seus sabores e aromas

No Brasil, Minas Gerais se destaca com produção artesanal diversa. 
Na Região Serrana, fábricas são atrações 

POR 
Enquanto a Europa é a guardiã de tradições centenárias, como as receitas dos monges trapistas belgas e os biergärten espalhados pela Alemanha, deste lado do Atlântico a graça é ver e provar a típica ousadia americana, que ajudou a mudar a cara de bairros como Lakeview, em Chicago, e Williamsburg, em Nova York. Em Ribeirão Preto, as fábricas já estão entre as principais atrações da cidade. Como em Petrópolis, turística por natureza, cujo segundo ponto mais visitado é a fábrica da Bohemia, atrás apenas do Museu Imperial.
O turismo cervejeiro também descobriu que em Minas Gerais há outros tipos de água imprópria para passarinhos. O estado é o segundo em produção de rótulos especiais — atrás de Santa Catarina — e registrou o maior número de novas cervejarias artesanais em 2013. Dizem que na terra da cachaça, sobretudo na Grande Belo Horizonte, são produzidos 55 dos 120 tipos de cerveja existentes no mundo. Uma “Bélgica brasileira”.
Até os tours especializados estão se multiplicando, muitos com direito a carro com motorista. Porque, mesmo de férias, se beber não dirija. Mas se viajar, beba. De preferência aquela cerveja que ficará marcada na memória, como um cartão-postal.

CERVEJA NA TERRA DO PÃO DE QUEIJO

Nas horas que precedem o almoço de domingo, os bares do Mercado Central, um dos símbolos de Belo Horizonte, fervem. Homens e mulheres se apertam nos balcões dos botecos, todos dominados pelas marcas da maior cervejaria do planeta. Todos? Não.
— Zé, me dá aquele de trigo aí! — pediu um impaciente freguês, antes de prestar consultoria de botequim ao vizinho de balcão. — Esse vai bem com o jiló frito.
Aquele de trigo é um dos três tipos de chope que o Botiquin do Antônio serve. O bar só vende bebidas da Cervejaria Bäcker, uma das pioneiras da cena das cervejas especiais de Minas Gerais. A presença de uma marca local em um reduto da grande indústria mostra bem a força da cerveja mineira.
— Meu produto principal ainda é a cachaça, mas cada dia chega mais gente aqui procurando cervejas locais. A que mais vende é a Wäls Dubbel — conta Carlos Henrique de Menezes, proprietário da Cachaçaria Barroca, a única que vende cervejas especiais no mercado.

O campeão de vendas de Menezes é atualmente o maior orgulho dos cervejeiros mineiros. A Wäls Dubbel foi eleita a melhor dubbel (estilo de ale belga que leva o dobro de malte que o normal) do mundo na prestigiada World Beer Cup, em maio, disputada em Denver. Na mesma competição a Wäls levou a prata na categoria quadrupel. Um dos resultados da conquista é o movimento na cervejaria, que fica em uma zona industrial perto da Lagoa da Pampulha. Todo sábado, a Wäls abre as portas de seu tasting room, onde se pode provar a produção da casa, que nunca tem menos de dez tipos de chope. Além da dubbel,vale a pena a Saison de Caipira, feita com cana-de-açúcar, numa receita em parceria com o mestre cervejeiro Garrett Oliver, da Brooklyn Brewery, de Nova York.
Os nova-iorquinos são uma inspiração para os mineiros, tanto no bar (em ambos, compra-se fichinhas para trocar por bebidas) quanto na efusiva visita guiada à fábrica, feita por José Felipe Carneiro, um dos sócios e mestre cervejeiro. Ele assume a tarefa de “beertequizar” os visitantes, mostrando cada etapa do processo. O tour termina na lojinha, onde é difícil resistir entre tantos rótulos, como a Wäls Brut, uma Belgian Strong Ale com levedura de champanhe fermentada na garrafa pelo método champenoise.
Carneiro acredita que o processo de baixa fermentação usado em suas principais receitas ajuda na fama de “Bélgica brasileira”. Mas vê na variedade de estilos o real motivo do apelido e o grande trunfo da cena mineira:
— Ao contrário de Santa Catarina e sua herança alemã, em Minas Gerais não temos influência mais forte de nenhuma escola, por isso nos dedicamos a todas.
O modelo da Wäls é uma inspiração para outras cervejarias locais. A Bäcker irá abrir em sua fábrica, no bairro Olhos D’Água, em setembro, um restaurante. Foi o que a Cervejaria Küd fez há dois meses, ao apostar no Brew Pub Küd, área para receber os clientes em sua fábrica, onde o lema “cerveja e rock’n’roll” é levado a sério. Os tonéis da linha de produção levam nomes de bandas como Pink Floyd, Beatles, Nirvana, Ramones, Sex Pistols e Black Sabbath. Neles são feitas bebidas também com inspiração roqueira, como a Smoke In The Water, uma ale defumada; a Blackbird, uma black IPA com quatro maltes e quatro estágios de lupulagem, e a Kashmir, India Pale Ale que vai muito bem com a moela ao molho de cerveja servida na casa.
A Küd fica no bairro Jardim Canadá, no município vizinho de Nova Lima. Graças a uma mudança no ordenamento urbano da cidade, algumas zonas residenciais agora podem abrigar pequenas atividades industriais. Foi assim que o Jardim Canadá se transformou em uma espécie de Eldorado cervejeiro na Grande BH. A Küd é vizinha de outras fábricas, como a Taberna do Vale a Cervejaria Inconfidentes. Essa concentração deu na Uaiktoberfest, que transforma a praça principal do bairro em um pedaço de Munique todo mês de outubro.
A Krug Bier se mudou para Nova Lima quando a produção ficou grande demais para o imóvel onde a cervejaria nasceu, em 1997, no bairro São Pedro, região central de BH. Hoje, a ampla choperia, que ainda mantém os antigos tonéis como decoração, apenas vende as seis marcas da cerveja Áustria (destaque para as premiadas Export e Imperium IPA) e dos chopes da casa, que vão muito bem com petiscos mineiros, como os pasteizinhos de angu.
Na cidade que tem fama de ser a capital brasileira dos botecos, bares voltados para as cervejas especiais têm seu lugar garantido. A fila na porta do Stadt Jever, na Savassi, indica a popularidade do lugar, uma das mais antigas choperias da cidade. Hoje administrada pela Wäls, a casa combina a carta de cervejas da fábrica com um vasto cardápio alemão. Outra tradição na área é o Café Viena, que alega ter a maior carta de cervejas da América Latina, com mais de mil rótulos.
Mais com jeitão de boteco mineiro, o Adriano Imperador da Cerveja — que, apesar de se referir ao romano tem um bonequinho do ex-jogador do Flamengo junto ao balcão — é parada obrigatória. Das oito torneiras de chope costumam sair cinco produzidos na região. Para quem quer provar um pouco de cada, o bar tem uma tábua com seis copos de 200 ml.
Para percorrer as fábricas, uma boa opção são os tours cervejeiros, sempre com duas cervejarias e almoço harmonizado. No programa oferecido pela Libertas há um café da manhã na delicatessen Gusto, especializada em cervejas importadas. Curioso. Não é todo dia que alguém harmoniza weissbier com doce de leite e queijo da Serra da Canastra.

BOA PRODUÇÃO NA REGIÃO SERRANA

No Rio de Janeiro, a produção cervejeira concentra-se na Região Serrana, inclusive no que diz respeito ao turismo cervejeiro. A antiga fábrica da Bohemia já é o segundo ponto turístico mais visitado de Petrópolis. Seu museu interativo conta a história da bebida e da marca e está aberto de quarta a domingo (R$ 24, bohemia.com.br). Nas próximas duas quartas-feiras a visitação será gratuita.
Em Teresópolis, a artesanal Sankt Gallen abre sua imponente vila para visitação, com direito a degustação. A apresentação do cervejeiro Gabriel Di Martino é uma ótima introdução ao universo da bebida. O Beer Tour acontece nas tardes de sábado e domingo, custam R$ 40 por pessoa e devem ser reservados com antecedência (vilastgallen.com.br). Em Friburgo, o bar da Ranz Bier vale a visita ao distrito de Lumiar.
Volta Redonda é casa da veterana Mistura Clássica. É possível provar a bebida diretamente da fonte no pub montado na fábrica. (misturaclassica.com.br).


Fonte: http://oglobo.globo.com/estilo/boa-viagem/rotas-da-cerveja-bebida-inspira-roteiros-turisticos-tao-variados-quanto-seus-sabores-aromas-13589039

terça-feira, 29 de julho de 2014

Para aqueles que desejam partir para o negócio de Cervejaria Artesanal

Instrução Normativa RFB n° 950, de 25 de junho de 2009

DOU de 26.6.2009
Aprova aplicativo para opção pelo Regime Especial de Tributação das Bebidas Frias (Refri) de que trata o art. 58-J da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003 , e dá outras providências.
Retificado no DOU de 30/06/2009, Seção 1, pág. 77.
SECRETÁRIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL , , no uso das atribuições que lhe conferem os incisos III e XVII do art. 261 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil, aprovado pela Portaria MF n º 125, de 4 de março de 2009 , , e tendo em vista o disposto nos arts. 58-A a 58-V da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, e no Decreto nº 6.707, de 23 de dezembro de 2008, resolve:
CAPÍTULO I
DO REGIME ESPECIAL DE TRIBUTAÇÃO
Art. 1º Fica aprovado o aplicativo para opção pelo Regime Especial de Tributação das Bebidas Frias (Refri) de que trata o art. 58-J da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003 .
§ 1º O aplicativo a que se refere o caput está disponível no sítio da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) na Internet, no endereço .
§ 2º O Refri abrange os seguintes tributos:
I - Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);
II - Contribuição para o PIS/Pasep;
III - Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins);
IV - Contribuição para o PIS/ Pasep-Importação; e
V - Cofins-Importação.
Seção I
Das Pessoas Jurídicas Optantes
Art. 2º Podem optar pelo Refri as pessoas jurídicas que industrializam ou importam:
I - águas classificadas na posição 22.01 da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (Tipi), aprovada pelo Decreto nº 6.006, de 28 de dezembro de 2006 ;
II - refrigerantes, refrescos, cerveja sem álcool, repositores hidroeletrolíticos e compostos líquidos prontos para o consumo que contenham como ingrediente principal inositol, glucoronolactona, taurina ou cafeína classificados na posição 22.02 da Tipi; e
III - cervejas classificadas na posição 22.03 da Tipi.
§ 1º A opção de que trata o caput:
I - deverá ser exercida pelo estabelecimento matriz da pessoa jurídica optante, abrangendo todos os seus estabelecimentos, em quaisquer operações que venham a realizar com os produtos referidos nos incisos I a III do caput;
II - deverá ser exercida pelo encomendante quando a industrialização se der por encomenda.
§ 2º A pessoa jurídica optante pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional), instituído pela Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006 , que optar pelo Refri terá os efeitos desta opção suspensos enquanto não excluída daquele Regime.
§ 3º A suspensão dos efeitos de que trata o § 2º aplica-se, inclusive, no caso de pessoa jurídica que optar pelo Simples Nacional posteriormente à opção pelo Refri.
Seção II
Da Opção
Art. 3º A opção ao Refri:
I - deve ser formalizada por meio de termo de opção constante do aplicativo referido no art. 1º;
II - poderá ser exercida a qualquer tempo, produzindo efeitos a partir do 1º (primeiro) dia do mês subsequente ao envio do termo de opção de que trata o inciso I; e
III - será prorrogada indefinidamente, de maneira automática, salvo se a pessoa jurídica dela desistir.
§ 1º Confirmada a opção, será gerado um documento que conterá, entre outras informações, os dados da empresa optante, a data de início de vigência da opção e o respectivo número de protocolo de controle.
§ 2º Na hipótese de exclusão do Simples Nacional, a qualquer título, de pessoa jurídica optante pelo Refri, a opção a que se refere o caput produzirá efeitos na mesma data em que se iniciarem os efeitos da referida exclusão.
§ 3º Caso a opção pelo Refri seja realizada após a exclusão do Simples Nacional observar-se-á, quanto aos efeitos da opção, o disposto no inciso II do caput.
Art. 4º A opção realizada até 30 de junho de 2009 poderá alcançar os fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro do mesmo ano, desde que a pessoa jurídica optante informe essa intenção no termo de opção de que trata o inciso I do art. 3º.
Parágrafo único. A pessoa jurídica que realizou a opção entre 1º de janeiro de 2009 e a data de publicação desta Instrução Normativa deverá enviar novo termo de opção informando sua intenção de enquadrar-se na hipótese prevista no caput, sendo dispensada de enviar o termo de desistência de que trata o inciso I do art. 6º referente à primeira opção.
Art 5º Somente após o início de produção dos efeitos da desistência poderá ser realizada uma nova opção pelo Refri.
Parágrafo único. Este dispositivo não se aplica à opção de que trata o parágrafo único do art. 4º.
Seção III
Da Desistência
Art. 6º A desistência do Refri:
I - deve ser formalizada por meio de termo de desistência constante do aplicativo referido no art. 1º; e
II - poderá ser exercida a qualquer tempo, produzindo efeitos a partir do 1º (primeiro) dia do mês subsequente ao do envio do termo de desistência de que trata o inciso I.
Parágrafo único. Confirmada a desistência, será gerado um documento que conterá, entre outras informações, os dados da empresa desistente, a data de início de vigência da desistência e o respectivo número de protocolo de controle.
Art. 7º No caso de não utilização de certificado digital válido, a pessoa jurídica deverá informar o número do protocolo de opção de que trata o § 1º do art. 3º, para proceder à desistência do Regime.
Seção IV
Da Consulta Pública
Art. 8º A RFB divulgará em seu sítio na Internet para consulta:
I - o nome das pessoas jurídicas optantes pelo Refri, bem como a data de início de vigência da respectiva opção;
II - o nome das pessoas jurídicas desistentes do Refri, bem como a data de início da vigência da respectiva desistência; e
III - os valores da Contribuição para o PIS/Pasep, da Cofins e do IPI, devidos pela pessoa jurídica optante, por litro de produto, constantes do Anexo III do Decreto nº 6.707, de 23 de dezembro de 2008 .
CAPÍTULO II
DO REGIME GERAL DE TRIBUTAÇÃO
Seção I
Da Nota Fiscal
Art. 9º Na nota fiscal relativa às saídas com suspensão do IPI nos termos do Decreto nº 6.707, de 2008 , realizadas pelo estabelecimento industrial, encomendante ou importador dos produtos relacionados no art. 2º, deverá constar a expressão "Saída com suspensão do IPI - Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003", sendo vedado o destaque do imposto na referida nota.
Art. 10. O valor do IPI recolhido na qualidade de responsável pelo estabelecimento industrial, encomendante ou importador nas hipóteses previstas pelo Decreto nº 6.707, de 2008 , deverá constar no campo "Informações Complementares" de suas notas fiscais de saídas para estabelecimentos equiparados a industrial.
Art. 11. O valor do IPI de que trata o art. 10, recolhido na qualidade de responsável, deverá constar no campo "Informações Complementares" da nota fiscal de saída dos estabelecimentos equiparados a industrial referidos no Decreto nº 6.707, de 2008 , bem como a expressão "IPI recolhido pelo estabelecimento fornecedor - Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003".
Art. 12. Na hipótese do parágrafo único do art. 8º do Decreto nº 6.707, de 2008 , o estabelecimento comercial atacadista que adquire produtos relacionados no art. 2º, de outro comerciante atacadista, emitirá nota fiscal de entrada registrando o valor do crédito indicado no campo "Informações Complementares" da nota fiscal emitida por seu fornecedor.
Seção II
Do Livro Registro de Apuração do IPI
Art. 13. O IPI devido na qualidade de responsável na forma do Decreto nº 6.707, de 2008 , deverá:
I - ser informado no campo "Observações" do livro Registro de Apuração do IPI do estabelecimento responsável; e
II - ser registrado no Livro Registro de Apuração do estabelecimento que tiver seu imposto recolhido por estabelecimento responsável, nos campos:
a) "Saída com Débitos"; e
b) "Observações", com a expressão "IPI recolhido pelo estabelecimento fornecedor - Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003".
CAPÍTULO III
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 14. A opção realizada na forma da Instrução Normativa RFB nº 876, de 18 de setembro de 2008 , não produz efeitos em relação à opção pelo Refri.
Art. 15. Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 16. Fica revogada a Instrução Normativa RFB nº 894, de 23 de dezembro de 2008.

LINA MARIA VIEIRA

Fabricantes de cerveja artesanal da Região Serrana são beneficiados por redução de Imposto

http://g1.globo.com/rj/regiao-serrana/bom-dia-rio/videos/t/edicoes/v/fabricantes-de-cerveja-artesanal-da-regiao-serrana-sao-beneficiados-por-reducao-de-imposto/3518094/

Cervejas artesanais impulsionam comércio de lúpulo

http://www1.folha.uol.com.br/dw/2014/07/1491912-cervejas-artesanais-impulsionam-comercio-de-lupulo.shtml

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Contract Brewing: uma alternativa criativa ou "morte da cerveja artesanal"?

Você sabia que muitas das cervejas que você toma não são feitas por uma cervejaria propriamente dita? Quer dizer, até são, mas de um ponto de vista físico, não criativo. Difícil de entender? Então vamos falar um pouco sobre a prática do contract brewing, modelo de negócios que já é uma realidade lá fora e está se popularizando no Brasil. Basicamente, o CB é um “aluguel” das instalações de uma cervejaria para a produção de uma cerveja que é propriedade de outra. Ele pode ser de três tipos, aceitando variações caso a caso (para entender ainda melhor, recomendo o artigo da Slate sobre o assunto):
  1. uma cervejaria aluga uma parte da unidade fabril de outra para produzir mais ou mais perto dos pontos de venda
  2. uma marca que não possui instalações próprias aluga as instalações de uma cervejaria para produzir seus produtos de criação própria
  3. produtores independentes alugam as instalações, a expertise e a mão de obra de uma cervejaria para fazer edições limitadas de uma cerveja
O modelo é uma saída criativa para aqueles que não tem condições de investir na estrutura – bastante cara – de uma cervejaria e, mesmo assim, poder entrar no mercado e também para as cervejarias que conseguem com isso rentabilizar sua eventual capacidade ociosa. Mas o que parece ser um caso clássico de “win-win situation” gera bastante polêmica no meio cervejeiro, com vários players do mercado sendo radicalmente contra a prática.
Lá fora, várias vezes alguma manifestação de um ou outro cervejeiro provoca a discussão. Ano passado, o dinamarquês Jeppe Jarnit-Bjergsø, da Evil Twin – célebre por fabricar seu extenso portfolio de cervejas em vários lugares do mundo, inclusive no Brasil – compartilhou uma foto no seu Facebook com a manifestação da nova-iorquina Singlecut, que diz que o “contract brewing será a morte da cerveja artesanal”. Nos comentários, um dos donos da Singlecut, Rich Buceta, tentou amenizar dizendo que o alvo de sua crítica foram as cervejas feitas fora da cidade que se dizem locais, apelando para o espírito “support your local brewery”, e que algumas experiências de CB são autènticas, mas são exceções à regra.
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A última manifestação de peso foi a carta publicada por cervejeiros belgas no jornal Le Soir, em que eles afirmam que a tradição cervejeira do país corre perigo com o aumento das “cervejarias falsas”. Segundo a carta – assinada por nomes como Jean Van Roy (Cantillon), Kris Herteleer (De Dolle), Alexandre Dumont (Jandrain-Jandrenouille), Pierre-AlexMarie-Noëlle e Kevin Carlier(Brasserie de Blaugies), auto-denominados “cervejeiros genuínos” – as cervejarias sem equipamento se dedicam basicamente ao marketing, manipulando o consumidor através dos meios de comunicação e das redes sociais, em detrimento à arte de produzir cerveja (para ler a carta na traduzida na íntegra, veja o post do FullPintBr sobre o assunto). O cervejeiro daMikkellerMikkel Borg-Bjergsø, irmão de Jeppe, comentou o assunto com uma elegante ironia no Twitter.
tweetmikkel
Como já dissemos, o contract brewing vem se popularizando por aqui nos últimos anos. Grandes marcas já consolidadas, como a Coruja, até novatas como a 2CabeçasBarcoDUM e Júpiter, produzem suas cervejas em instalações terceirizadas. Nos casos citados, o contract brewing foi uma forma de cervejeiros caseiros poderem entrar no mercado sem o alto custo de investimento para a instalação de uma cervejaria (alguns dizem que o valor mínimo necessário pode chegar a 500 mil reais, no mínimo), mas também existem empreendedores que se valem dessa prática para produzir suas cervejas, mesmo nunca tendo botado a mão numa panela.
Falamos com alguns produtores brasileiros profundamente envolvidos na prática do contract brewing. Veja o que eles dizem sobre o assunto:
brunoschwinn“Tudo o que é feito visando somente o enriquecimento rápido, não dura, não se sustenta. Independente se é uma cervejaria com industria própria ou terceirizada, fazer mais do mesmo, sem buscar a inovação, a paixão, o trabalho em equipe, não vai longe. É fogo de palha. Agora, o que é feito com paixão, trabalho duro, persistência, trabalho de equipe, vai durar muito tempo e vai muito longe, independente do modelo de negócios. Deveríamos olhar para o monte de cervejarias (indústrias) que estão surgindo no Brasil, buscando somente pegar embalo na onda do momento, produzindo cervejas sem graça, sem alma e sem conhecimento sobre produto, sem fazer nada para ajudar o mercado, só pensando no benefício próprio. Isso sim deveria ser analisado e criticado. Mas se bem que essas aí não vão durar. Vão durar aquelas que fazem o negócio com alma, com verdade, independente do modelo de negócios.”
Bruno Schwinn, da Barco, que já produziu suas cervejas na Saint Beer (SC) e na Rasen (RS)
bernardo“Acho que é tudo uma questão de como a cerveja é concebida. Não vejo tanta diferença entre ser dono da cervejaria ou não, desde que você saiba o que está fazendo e como fazer. O mais importante é o resultado final. Acho que a maior preocupação dos belgas é terem pessoas estranhas produzindo na Bélgica e vendendo como cerveja belga. Nós não temos isso aqui, essa tradição. Muito pelo contrário, estamos aprendendo e criando um novo mercado, tanto de profissionais quanto de consumidores.”
Bernardo Couto, da 2Cabeças, que já produziu suas cervejas na Allegra (RJ), Magnus e Invicta (SP)
rodrigosilveira“Minha cervejaria nasceu com a intenção de atender cervejarias que estivessem com sua capacidade toda ocupada e também empresários ou cervejeiros caseiros que, por algum motivo, não possuem uma planta, seja para diminuir seu risco financeiro, ou por não entender a fundo como tudo funciona. Se para quem já está há anos no negócio é complicado, imaginem saber de Liberações Municipais, Alvarás, MAPA, Bombeiros, IVA, Pauta, PIS, COFINS e tantos outros temas pertinentes à produção de cerveja. Então porque não começar produzindo com quem possui toda a estrutura, alguém que entenda do tema, para depois decidir investir ou não alguns milhões? Este tipo de operação não denigre ou desqualifica quem está contratando estas produções. Alguém teria coragem de afirmar que Tuca Paiva, Bernardo Couto, Carlos Quintella, David Michelsohn, Victor Marinho, Bruno Couto, Bruno Brito, Luciano Silva, Leonardo Satt e tantos outros que já produziram comigo são apenas bons marqueteiros, que eles não conhecem nada sobre produção de cerveja? Bobagem, blasfêmia! Eles são sim artistas e conhecedores assim como eu. São sonhadores, carregam malte nas costas, tiram pedido, entregam suas cervejas em seus próprios carros. Então pergunto: por que não podem ter sua própria marca? Só porque não possuem uma planta cervejeira?
Com certeza precisamos ficar atentos. É bem provável que existam pessoas se aproveitando, copiando rótulos e tentando enganar consumidores. Neste caso, me junto aos meus pares cervejeiros e compartilho de suas preocupações. Mas vale lembrar que este tipo de operação possui estruturas frágeis que caíram com o passar do tempo, ninguém sobrevive sem ter plantado nada, isto é fato.
Já a estrutura dos meus amigos ciganos, esta garanto a vocês, darão bons frutos e no momento certo cada um deles poderá ter a sua própria fábrica, porque são apaixonados e querem sentir o prazer de pilotarem suas próprias plantas cervejeiras.”
Rodrigo Silveira, da Invicta, que já produziu cervejas da 2Cabeças, Velhas Virgens e da Jupiter, entre outras.
Para o consumidor brasileiro, o lugar ou o modo como a cerveja é feita parece não importar muito, já que a maioria das cervejas produzidas por esse modelo de negócios vem sendo aclamadas pela crítica e pelo público. Isso demonstra que, no frigir dos ovos, o que vale é o que está dentro da garrafa e não quem colocou o líquido lá dentro. A validade do modelo é comprovada no paladar do consumidor e, mesmo que seja clichê, quem não tiver competência, não vai se estabelecer, pouco importando se a cervejaria é física ou virtual.

Fonte: http://www.bebendobem.com.br/2014/07/contract-brewing-uma-alternativa-criativa-ou-morte-da-cerveja-artesanal/