quinta-feira, 30 de abril de 2009

Harmonização

Mar de receitas

Frutos do mar e cerveja - combinação mais que perfeita!


Polvo ao alho e azeite
ESTILO Tripel

Este polvo é preparado com alho e azeite e acompanhado de arroz com brócolis. Foram utilizadas na harmonização as cervejas Chimay Cinq Cents e a Falke Monasterium, ambas do estilo Tripel. A temperatura de serviço da Chimay varia entre 7 e 8ºC e o teor alcoólico é de 8%. Já o teor alcoólico da Monasterium é de 9% e a temperatura de serviço em torno de 8ºC.

HARMONIZAÇÃO: As duas cervejas funcionaram muito bem com o prato, cada uma com suas peculiaridades. A Monasterium é um pouco condimentada, enquanto que o condimento da Chimay vem da levedura. Na opinião dos convidados, a Monasterium parece ter ido melhor com o prato, pois não tem um residual tão intenso quanto a Chimay, que é mais marcante. De qualquer forma, as duas acompanhariam esse prato perfeitamente.

POLVO AO ALHO E AZEITE COM ARROZ DE BRÓCOLIS

Rende duas porções

Ingredientes
1 kg de tentáculos de polvo
1/2 copo de vinho branco seco
1 folha de louro
1 cebola média picada
3 dentes de alho
Azeite de oliva
150g de brócolis americano cru, limpo e desmembrado.
250g de arroz cozido

Modo de preparo
Cozinhar o polvo com o vinho, o louro e a cebola em uma panela de pressão, por cerca de 30 minutos. Não usar água - o vinho é suficiente, pois o polvo libera grande quantidade de água durante o cozimento. Descarte a água que se formou e reserve os tentáculos. No preparo do arroz refogue os brócolis em azeite até que adquira uma coloração verde intensa. Adicione duas colheres (sopa) de água, uma pitada de sal e tampe a panela. Cozinhe por cerca de três minutos.

Doure um dente de alho picado em azeite de oliva e acrescente os brócolis já picados. Misture os brócolis ao arroz previamente cozido e enforme no centro do prato. Disponha os tentáculos do centro para a periferia, radialmente. Finalize refogando dois dentes de alho picados e distribuindo sobre os tentáculos. Decore com tomates cereja e folhas verdes.

Salada de frutos do mar
ESTILO Witbier

Foram degustadas a Hoegaarden Witbier e a Hoegaarden Grand Cru harmonizando com a salada de frutos do mar. A Hoegaarden Witbier apresenta teor alcoólico de 4,9% e temperatura de serviço entre 3 e 4ºC, enquanto a Hoegaarden Gran Cru tem temperatura de serviço entre 6 e 7ºC e teor alcoólico de 8,5%.

HARMONIZAÇÃO: A salada é feita no vapor com diversos frutos do mar – polvo, camarão, lula, caranguejo – e em algum momento uma cerveja pode funcionar melhor que a outra, dependendo da combinação com determinado ingrediente. Além dos frutos, a salada usa um molho de ervas. Com o polvo, a Hoegaarden Grand Cru se equilibrou muito melhor, mesmo com a potência do álcool, com um adocicado maior e sendo mais maltada. Até as ervas encontraram um equilíbrio no frescor da cerveja. Na verdade, ela deixa o paladar fresco, o que é interessante quando se fala de frutos do mar. Já com o camarão, houve uma diversidade de opiniões. A Hoegaarden Grand Cru esconde o sabor do camarão ou refina a combinação.



Fonte: http://www.beerlife.com.br/ed4/harmonizacao.asp

terça-feira, 7 de abril de 2009

IV Concurso nacional!!!

IV Concurso Nacional de Cervejeiros Artesanais


Salve cervejeiros!!!

A ACervA Carioca - Associação dos Cervejeiros Artesanais Cariocas - comunica que, com grande alegria, sediará mais uma vez o maior evento cervejeiro do país, o IV Concurso Nacional de Cervejeiros Artesanais.

Serão 4 categorias: Traditional Bock, Witbier, American Brown Ale e Estilo Livre.

A grande confraternização, que reunirá cervejeiros caseiros, as mais importantes autoridades cervejeiras do cenário nacional e ilustres presenças de outras partes do mundo, além do crescente público apaixonado pelo precioso líquido, acontecerá no dia 11 de outubro e, como já é tradição, será em local privilegiado pela beleza natural do Rio de Janeiro, regado a boa comida, as melhores cervejas e a energia que rompe fronteiras e une todos em torno do prazer de degustar uma boa cerveja.

Em breve, divulgaremos o local do evento, forma de aquisição de convites, bem como as regras e prazos do concurso. Todas as informações serão oportunamente divulgadas nas listas de cervejeiros do Brasil, Argentina e EUA e estarão armazenadas para livre consulta aqui no site da ACervA Carioca (www.acervacarioca.com.br) e das demais ACervAs.

Esperamos para 2009 uma grande festa e contamos com a maciça participação dos cervejeiros caseiros. Preparem suas receitas!


Fonte: http://www.acervacarioca.com.br/

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Santos e diabos da cerveja

GOD SENT BEER, THE DEVIL SENDS MORE BEER (Deus mandou a cerveja, o Diabo manda mais - provérbio dos pubs ingleses)

Jesus deu início aos seus milagres transformando a água em vinho, e nao podia ser diferente num ambiente mediterrâneo.Difícil imaginar Jesus fornecendo cerveja aos convidados de um casamento na Galiléia. O vinho tem uma presença simbólica e ritual bastante importante na Igreja Católica e tem como principaissantos protetores Sao Vicente e Sao Amand. Contudo, nos países do Norte da Europa, onde é impossível cultivar a vinha e produzir vinho, esse constituía no passado uma preciosidade importada com certa dificuldade, reservada para a missa (e para a mesa dos ricos e poderosos), enquanto a cerveja era a bebida cotidiana para todos e de produçao fácil e barata.

Talvez seja por isso que há muitos santos católicos com alguma relaçao à cerveja. Há tantos santos considerados padroeiros da cerveja quanto países cervejeiros, e até mais; e nem sempre a conexao com a cerveja é muito clara. Entre eles, há até personagens de grande importância na historia da Igreja: Sao Lucas, um dos Evangelistas; Sao Agostinho de Hyppo (353-430), um dos Padres da Igreja e autor das Confessoes (na juventude ele fora um grande bebedor); e Sao Nicolas de Myra (que nos países anglo-saxoes se tornou popular ao ponto de transformarse no personagem de Santa Claus, isto é, Papai Noel).



Durante os primeiros séculos do cristianismo nao havia um verdadeiro processo de canonizaçao, mas era a devoçao popular que transformava bispos, monges, mártires, virgens, eremitas e fazedores de milagres em objetos de culto e devoçao, muitas vezes só local e rs vezes universal. Esse processo aconteceu também com muitos abades e superioras de conventos e mosteiros.

A regra de Sao Benedito (480-547), por exemplo, pregava normas de comportamento muito rígidas para os monges da ordem: havia uma só refeiçao por dia. Por outro lado permitia-se que os monges consumissem 5 litros de cerveja por dia. Nos freqüentes jejuns, qualquer comida era proibida, mas a cerveja era permitida. Ela, portanto, representava uma forma importante de sustentaçao no meio das privaçoes e era tratada como "pão líquido", quase imprescindível.

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quinta-feira, 2 de abril de 2009

Estilo de Cerveja - Ales, Lagers e Lambics

Atualmente, é possível apreciar mais de uma centena de diferentes estilos de cerveja. Sao infinitas as combinaçoes de graos de malte em suas diferentes qualidades e intensidades de torrefaçao, flores de lúpulo e famílias de levedura em suas inúmeras variedades, soma-se a estas combinaçoes a internvençao humana - igualmente infinita - valendo-se de enorme capacidade lógica da intuiçao, da inspiraçao e da criatividade, cervejas sao experiencias extraordinárias quando combinam equilíbrio e consistencia com um perfil sensorial de absoluta personalidade. Apresentam delicadeza e caráter em estilos variados, oriundos de diversos países.

As Ales, bastante populares no Reino Unido, sao conhecidas como cervejas de alta fermentaçao devido ao fato da levedura subir r superfície no final do processo de fermentaçao. As leveduras utilizadas sao da espécie Saccharomyces cerevisiae. Esse tipo de produçao é o mais antigo, considerando que as cervejas da família Ale eram as únicas disponíveis até meados do século XIX. A fermentaçao geralmente ocorre entre 15 e 24sC e dá origem a cervejas mais aromáticas lembrando frutas e condimentos. Como desde a Idade Média os monges sao grandes produtores de cerveja, acredita-se que o termo ALE tenha origem na palavra anglo-saxa ALU, que significava um extase religioso.


Já nas Lagers, a fermentaçao ocorre geralmente entre 6 e 12sC com a utilizaçao de leveduras da espécie Saccharomyces uvarum que, devido rs variaçoes genéticas, se depositam ao fundo no final do processo de fermentaçao - cervejas de baixa fermentaçao. Em geral, sao menos frutadas, trazendo, em contrapartida, evidentes notas de malte ? como pao, biscoito, café e chocolate - e de lúpulo.

Acredita-se que as Lagers tenham surgido na Baviera no século XIX. Como a produçao dessa cerveja exige temperaturas amenas, nao era possível sua produçao no verao - o primeiro sistema de refrigeraçao foi desenvolvido somente em 1873. Os alemaes entao descobriram que nos alpes a temperatura era constantemente mais baixa. Com isso, passaram a produzir maiores quantidades na primavera e a armazenar a cerveja nas montanhas. A temperatura nestas regioes ficava bem abaixo dos 20sC e esta condiçao favoreceu uma mutaçao genética nas leveduras Ale utilizadas até entao, produzindo as leveduras Lagers com características bem diferentes. Lager em alemao significa armazenar. Daí o nome dessa família.

A terceira família é a das Lambics, cervejas produzidas no vale do rio Senne, uma área de apenas 25 Km - nos entornos de Bruxelas. Sao cervejas produzidas através do processo de fermentaçao espontânea, o que significa que nao sao adicionadas intencionalmente leveduras durante o processo de fabricaçao. A microflora do ar ambiente traz leveduras selvagens e bactérias que entao, espontaneamente, entram em contato com o mosto, dando início ao processo de fermentaçao. Trata se de uma família muito particular de cervejas, que apresenta notas de acidez marcantes e que pode ficar em fermentaçao por até tres anos, como no caso das mais tradicionais, e ainda passar pela segunda fermentaçao na garrafa durante alguns meses.

Dentro desta família encontra-se tres sub divisoes: as Lambic-Fruits, que recebem frutas inteiras, como framboesa, cereja, pessego e cassis durante o processo; as Gueuzes, que sao um blend de Lambics novas e envelhecidas, e as Faros, as Lambics com adiçao de açúcar. Além da divisao por famílias, ainda podemos dividir esse extenso universo em escolas cervejeiras, do Velho e do Novo Mundo. Cada escola possui particularidades que as tornam bastante distintas.

As tres maiores escolas cervejeiras sao a alema, a belga e a inglesa, que juntas rs escolas escocesa, irlandesa, francesa e tcheca compoem o Velho Mundo cervejeiro. Já no Novo Mundo, destacam-se os Estados Unidos, Canadá, Brasil, Nova Zelândia e Austrália.

Velho Mundo

A escola alema caracteriza-se pela ortodoxia e tradicionalismo, seja nos ingredientes, nos métodos de produçao ou nos estilos. Para os alemaes, desde 1516, quando foi editada a Reinheitsgebot, a Lei de Pureza Alema, criada pelo Duque Guilherme IV na Bavária, estabeleceu-se o consenso de que os ingredientes básicos da cerveja sao: água, malte, lúpulo. A levedura nao entrou na composiçao, pois somente mais tarde descobriu-se o princípio do processo de fermentaçao. A Lei da Pureza vigorou até 1988, quando foi suplantada pelas leis da Uniao Européia e recebeu a inclusao do malte de trigo.

Os principais estilos da escola cervejeira alema, entre as Ales, sao Weizen (ou Weiss), Altbier e Kölsch e, entre as Lagers, Dunkel, Schwarzbier, Rauchbier, Vienna e Bock. A escola cervejeira belga é tao tradicional quanto a alema, sendo entretanto muito mais criativa e inventiva, nao havendo limitaçao de matéria-prima, permitindo entao o uso de especiarias, coentro, cascas de laranja, frutas, aveia, centeio, entre tantos mais.

A levedura aparece como componente de destaque, sendo o responsável, juntamente com as inúmeras combinaçoes de matérias-primas, pela complexidade aromática das cervejas belgas, que sao, em sua maioria, Ales. Entre elas destacam-se os estilos Pale Ale, Strong Ale, Dubbel e Tripel.

Quando se fala em cerveja da Inglaterra, a primeira coisa que vem à cabeça é amargor, resultado do marcante protagonista lúpulo em muitos dos seus estilos. India Pale Ale, Bitter, Porter e Barley Wine sao estilos de destaque desta que é uma das maiores escolas.

A escola cervejeira da Escócia é bastante peculiar. Isso se deve ao isolamento geográfico aliado r influencia dos vikings e, ainda, r impossibilidade do cultivo do lúpulo. Os escoceses cultivam todo o malte necessário para a produçao do whisky e da cerveja. Como resultado, as cervejas escocesas tem o sabor do malte bem marcado e quase nao apresentam amargor e aromas de lúpulo. A escola escocesa possui apenas quatro estilos, todos da família Ale, que sao Light Ale, Heavy Ale, Export Ale e Strong Ale.

Conhecida primordialmente pelos vinhos, é de se estranhar que a França também faça parte da história das cervejas. Ajudada pela sua fronteira com a Bélgica, a escola cervejeira francesa é modesta com apenas dois estilos, Bicre de Garde e Saison, mas isso é compensado pela sua representatividade nas listas de ótimas cervejas.

Poucas cervejas possuem a popularidade que a Guinness alcançou. Por isso, a Irlanda é primordialmente caracterizada pelo estilo Stout. Mas nao é só desse pint que se compoe sua tradiçao cervejeira. Red Ale e Porter também estao nos pedidos dos pubs e nas origens das cervejas irlandesas.

O país que mais bebe cerveja no mundo e que originou o estilo de cerveja mais consumido no mundo - Pilsen, a República Tcheca briga pelo título de melhor cerveja. Plzensky Prazdroj (Pilsner Urquel), Gambrinus, 1795, Radegast, kozel de Velkopopovicky, Budvar e Staropramen sao alguns rótulos desse país, que tem a cerveja como patrimônio nacional.

Novo Mundo

Antiga colônia da Inglaterra e uma das maiores naçoes consumidoras de cerveja, os Estados Unidos representam a maior escola cervejeira do Novo Mundo. Recebeu as tradiçoes advindas das cervejarias inglesas e holandesas e manteve forte a produçao de Ale no país. Somente depois, com a imigraçao alema, as Lagers também caíram no gosto americano. Com a proibiçao da produçao de cervejas no país, poucas cervejarias sobreviveram.

Quando a lei foi revogada, as grandes cervejarias dominaram o mercado. Essa produçao em larga escala deu origem r piada canadiana, que diz que - cerveja americana é como fazer amor numa canoa: extremamente perto da água?. Contudo, desde o ressurgimento da produçao artesanal de cervejas na década de 1980, os Estados Unidos apresentam uma grande variedade de estilos de boa qualidade, isso graças a diferentes qualidades de lúpulo, entre outros ingredientes, bem como por influencia de diferentes tradiçoes de origem européia.

No mais, guardam originalidade e mostram personalidade própria em estilos como India Pale Ale, Blond Ale, Brown Ale e Stout. Canadá, Nova Zelândia, Austrália e Brasil também vao felizmente pelo mesmo caminho dos Estados Unidos - cada qual recebendo diferentes influencias do Velho Mundo e criando rótulos com toques regionais.

Fonte: http://www.beerlife.com.br/ed1/estilos.asp