terça-feira, 25 de maio de 2010

A História da Cerveja em Petrópolis

A idéia inicial para esse artigo era de traçar um histórico da cerveja em um determinado período de tempo no Brasil. Porém, a história da cerveja é bastante complicada de ser contada devido a ser vasta e de haver pouca documentação. “Quanto à(s) primeira(s) fábrica(s), o estudo dessa época é dificílimo, pois as fábricas não produziam cerveja com marca alguma e geralmente vendiam, em barris, para os depósitos (comércio que nem sempre era só de cerveja), onde era vendida de várias formas, às vezes engarrafadas e com rótulos próprios”. Alem disso, as fábricas apareciam e desapareciam, e havia fusões, mudanças de donos em família e assim por diante. Resolvemos então, primeiramente, contar a história da cerveja em Petrópolis.

Petrópolis é uma cidade essencialmente cervejeira. Há mais de 150 anos já existem registros de produção de cervejas, seja em escala industrial, seja artesanalmente. Artesanalmente, já ouvi depoimento sobre uma “vovó” que fabricava a própria cerveja caseira, feita de milho, para bebê-la em casa no seu dia a dia. Outra “vovó” conta que seu pai trabalhava na antiga Companhia Bohêmia e que ela visitava com ele a velha fábrica. Que ali aprendeu que cerveja também “amadurece” se referindo a um dos processos de produção chamado de Maturação. Diz-se que o bom cheiro da cerveja impregnava o ar das redondezas.

Para contar mais um pouco da história da cerveja na cidade de Petrópolis, cronologicamente, citarei a seguir os registros mais antigos dessa atividade até a fundação da Bohêmia (Almanak Laemmert 1844-1899):

Como primeiro registro, em 1854, aparece pela primeira vez a fábrica de Luiz Augusto Chedel, situada na Villa Theresa, 143, em Petrópolis – RJ. Logo após aparece pela primeira vez a Imperial Fábrica de Cerveja Nacional de Henrique Leiden (já existente no município da Côrte), situada na Rua dos Artistas 6 e 8 (depois Rua 7 de abril e atualmente Rua Alfredo Pachá), em Petrópolis - RJ. A propaganda de sua cervejaria, em 1857, diz ser ele o introdutor deste ramo de indústria no Brasil.

Já em 1855, A Imperial Fábrica de Cerveja Nacional de Henrique Leiden & Cia. conta com 10 operários livres, nenhum escravo, sendo 8 homens e 2 mulheres. Entre 1856 e 1857, aparece um depósito na Rua dos Latoeiros, 60 (atual Rua Gonçalves Dias) no Rio de Janeiro - RJ, que comercializa a Cerveja Nacional da Fábrica da Garganta de Petrópolis e a Imperial Fábrica de Cerveja Nacional de Henrique Leiden, em Petrópolis, passa a ter como responsável Henrique Kremer, passando a se chamar Imperial Fábrica de Cerveja Nacional de Henrique Kremer.

Em uma Publicação de 1860, a fábrica de cerveja de Carlos Rey, em Petrópolis, passa a ter como responsável José Bernasconi e a Imperial Fábrica de Cerveja de Henrique Leiden, em Petrópolis, passa a ter como responsável Henrique Kremer. Então aparece pela primeira vez a fábrica de Thimóteo Durier, situada na Rua do Imperador, Petrópolis – Rj e também a fábrica de Joaquim Chidal (seria Augusto Chedel?), situada na Rua de Dona Januária (atual Rua Marechal Deodoro), Petrópolis - RJ. Outra fábrica, a de Pedro Gherard (Gerhardt) aparece, situada no Palatinado, Petrópolis - RJ.

Já em 1865, Com o falecimento de Henrique Kremer, foi constituída por seus herdeiros a firma Augusto Kremer & Cia e em 1868, aparece pela primeira vez a fábrica de F. Eppelsheimer, situada na Rua Aureliana, Petrópolis, Rio de Janeiro RJ. Neste mesmo ano, a fábrica de Joaquim Chidal muda para a Rua dos Protestantes (posteriormente Rua Dona Isabel, atual Treze de Maio), Petrópolis, Rio de Janeiro RJ.

Em 1869, a fábrica de cerveja de Luiz Augusto Chedel, na Villa Theresa, passa a ter como responsável João Becker.

Em 1876, 31 de agosto, na Cervejaria Augusto Kremer & Cia., separam-se, comercialmente, os sócios e cunhados, ficando Frederico Guilherme Lindscheid com a fábrica de Petrópolis - RJ, que passa a se chamar Imperial Fábrica de Cerveja Nacional e Augusto Kremer com a fábrica de Juiz de Fora - MG, que passa a se chamar Imperial Fábrica de Cerveja e Águas mineraes de Augusto Kremer e Cia.

E finalmente em 1898, agosto, é criada a Cervejaria Bohemia que fica com todos os bens da antecessora, a Imperial Fábrica de Cerveja Nacional e como diretores: Henrique Kremer e Guilherme Bradac.

Fonte: www.cervesia.com.br